quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Tara Branca

Tara Branca
(Sânscrito: Sitatara; Tibetano: Sgrol-dkar)

Nesse seu aspecto branco, Tara senta-se na pose de Buda, a mão direita formando o "mudra" da caridade ou concedendo presentes, e a mão esquerda erguida, segurando o cause de uma flor de lótus (seu emblema distintivo), que floresce sobre seu ombro. Ela possui sete olhos de sabedoria, um no centro da testa, um na palma da mão e um na sola de cada pé. Tara Branca é chamada, ás vezes, a Mãe de todos os Budas e representa o aspecto maternal da compaixão. Sua cor branca significa pureza, sabedoria e verdade.

A Tara Branca aumenta as expectativas de vida. Está relacionada à longevidade e a tudo que esse processo implica. É dessa forma, toda branca, que ela nos conduz aos estados de auto-conhecimento e iluminação profundos. Na prática religiosa a Tara Branca ajuda seus seguidores a superar obstáculos, especialmente aqueles que inibem a prática da religião.

MANTRA: OM TARE TUTTARE TURE

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Nascimento de Tara

Se conta, que Avalokiteshavara, o Buda da Compaixão, que em profundo pesar ante os sofrimentos do samsara, lhe caíram lágrimas dos olhos, lágrimas essas que formaram um lago. Do fundo do lago emergiu uma flor de lótus. Quando o botão se abriu, uma maravilhosa divindade feminina saiu de dentro dela. Era Tara, que em sânscrito, significa "estrela".

A nobre Deusa Tara é descrita como "da cor da lua, calma, sorridente, sinuosa, irradiando luz de cinco cores..."

Tara, filha de Avalokiteshavara, tem beneficiado muitos seres, manifestando-se de varias formas e realizando varias atividades através de estados particulares de concentração. A sua terra pura chama-se “harmonia das folhas de turquesa”.

No Vajrayana, cada divindade ocupa seu lugar na hierarquia divina, além de possuir seu mantra, sua mandala (esfera de influência, simbolizada por um diagrama cósmico), seus próprios assistentes e mensageiros. Cada uma é reconhecida por seu posto, cor de pele, o número de cabeças e membros, "mudras", suas roupas, emblemas, ornamentos e acessórios. Tudo isso deve ser visualizado com clareza e precisão pelo adepto para que a divindade possa se manifestar.

Tara possui inúmeras personalidades que se expressam de acordo com a necessidade e a diferença entre essas manifestações está na cor.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Divindades Femininas: As Taras

Até os primeiros anos da era cristã, o princípio masculino reinava, supremo e tranqüilo, tanto no budismo quanto no bramanismo. As divindades hindus, herdadas e assumidas pelo budismo, eram quase que exclusivamente masculinas. Os budas e bodhisattas, pertencentes ao budismo Mahayana em seus primórdios eram quase inteiramente masculinos.

As primeiras divindades femininas a aparecer no budismo Mahayana foram Tara e Prajnaparamita. Tara, a Salvadora, aparecendo no século II, representa a epifania da Grande Mãe cujo culto se estendeu, em tempos antigos, sobre o vasto território afro-egeu-asiático e sempre foi adorada pela camada pré-ariana da população da Índia.

Foi durante o primeiro milênio da era cristã, que os ensinamentos místicos ocultos do tantrismo se espalharam pela índia, obliterando muitas das diferenças entre o hinduísmo e o budismo. Muitas divindades hindus foram incluídas no panteão budista como bodhisattvas e dharmapalas (Defensores da Doutrina).

No posterior budismo tântrico, especialmente o Vjarayana (Caminho do Diamante), que sobreviveu apenas no Tibete, cada divindade masculina foi presenteada com uma parceira feminina, como no hinduísmo, mas os significados filosóficos são diferentes. No hinduísmo, a divindade feminina representa a parceira ativa, a shakti (poder ou energia), do Senhor Shiva, que sem ela teria permanecido no sono profundo do Absoluto. O budismo reverte esses papéis de acordo com a filosofia mística do Prajnaparamita (discursos do Buda). A divindade feminina não é shakti, mas prajna (sabedoria), que é identificada como "shunya" a Vacuidade. Prajna é o que concorda, o passivo, o contemplativo. Os Budas e as divindades masculinas são os parceiros ativos, simbolizando karma (compaixão) e upaya (método ou habilidades), as características fundamentais de um bodhisatta.

A união mística das dualidades do mundo e especialmente a união inseparável da sabedoria, o princípio feminino, e da compaixão, o princípio masculino, é vivamente simbolizada na arte e no ritual tibetanos, de forma mais forte talvez pelo vjara e pelo sino, e também pelo abraço sagrado das divindades, chamadas em tibetano de yab-yum (pai-mãe). Com o auxílio desses símbolos, o adepto da meditação transcende as dualidades dentro de sua própria natureza. A síntese final entre compaixão e sabedoria leva à percepção do Absoluto.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Olho de Hórus

Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol. Durante a luta, o deus Set arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então também uma serpente sobre sua cabeça. Depois da sua recuperação, Horus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Set. Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além.

O Olho de Hórus e a serpente simbolizavam poder real tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa. Os antigos acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma.

O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.

O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição.

Trata-se de um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. Conhecido como Olho de Horus (udjat, em árabe), a imagem aparece desde o início da civilização egípcia (3 mil a.C.) e é usado até hoje.